domingo, 19 de dezembro de 2010

Fracassos

Antes todos as coisas me pareciam tão certas.
Hoje estão incertas.
A felicidade que antes parecia tão certeira, foi consumida por uma intensa agonia.
O que nos faz ser o que somos?
Somos terríveis, desonestos, hipócritas, medíocres.
Nos vemos grandes mas reconhecemos uma pequenez insólita.
Escondemo-nos debaixo tantas máscaras e quando verdadeiramente nos mostramos causamos horror e repulsa.
Fazemos boas ações na esperança de anestesiarmos sentimentos de vazio e desdém ao próximo.
Nos tornamos mais duros que rochas, e nos enganamos.
De fato, reproduzimos amor.
Mas este não conhecemos e não sentimos.
Somos uma farsa!
Roubamos, mentimos, manipulamos.
Tantas consequencias de uma lamacenta imundície. Tantos pesares.
Por vezes nos sentimos bem diante todas as coisas.
Reconhecemos um breve estado inventado a que nomeamos de felicidade, e logo nos esquecemos de tudo.
Esquecemos de toda a frieza e perversão que faz nossos corações pulsarem.
Esquecemos dos outros e reconhecemos em nós mesmos a própria divindade.
Vazios por natureza.
Neste estado ermo, nos deixamos manipular.
Música, estilo, mídia, sejam quais forem.
Somos ignorantes.
Nos apegamos a algo para que sintamos.
Se sentimos, estamos vivos.
Como é difícil estar vivo!
Somos o fracasso, o erro dos deuses.
O motivo da eterna amargura divina.

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