sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Se você ao menos soubesse o que me passa, reconheceria a dor enjaulada em mim.
Não alimentaria sonhos para depois destruí-los.
Não me chamaria de amigo quando precisava ouvir que me ama.
Se você ao menos se importasse, teria sequer conversado comigo.
Antes a rejeição de um "olá" que a rejeição dos sentimentos que agora carrego comigo.
Você não soube lidar com o que sou.
Não soube entender, não soube acolher.
Me abandonou com um simples "boa noite".
Covardemente disse-me as verdades que necessitava ouvir.
Verdades doloridas.
Agora estou só.
Joguei-me novamente em algo que não me daria a sustentação que necessitava.
Entreguei-me, ainda que brevemente, absolutamente e recebi apenas tua consolação.
Os sintomas de tua amizade que pensei ser a reciprocidade de toda a preocupação que tinha por você, todo o carinho, todo o amor que imediatamente senti quando o vi.
Me enganei novamente.
Dizia-me que deveria me livrar das máscaras que me envolvem para que outros pudessem me ver como realmente sou e, sem inibição, me entregar.
Soltei todas as máscaras, despi-me do que pensava não ser eu e recebi apenas o teu aplauso.
Prometeu-me o céu, mas nada me deu.
Finalmente, quando pude me esvaziar, o que pregava o amor tornou-se um discurso de amizade contrariando as próprias afirmações.
Retomo estas máscaras e me escondo novamente, uma vez que descoberto mostraria fraquezas demais para serem toleradas.
Retomo à minha solidão, à minha angústia contida, à minha silenciosa loucura.
Retomo ao ponto de partida esperando por próximos que possam cruzar meu caminho e fazer-me tão feliz quanto você havia dito que um dia seria contigo.